A vivência da gordofobia ao longo do processo identitário de uma jovem adulta

Abstract

Resumo: O que motivou esta pesquisa foi a seguinte questão: De que forma a vivência da gordofobia influencia os processos identitários? Através dos métodos exploratório e descritivo, e com a intenção de explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos, a pesquisa, de cunho qualitativo, objetivou investigar como se deu o processo de construção identitária de um indivíduo gordo ao longo de sua trajetória. Para isso, foi utilizado o instrumento de entrevista baseado no método de história de vida pela forma como esse método possibilita a abertura de novas interpretações e elaborações das vivências do indivíduo, culminando em uma análise de conteúdo. Por meio das análises, é possível afirmar a Gordofobia como uma opressão estrutural e institucionalizada, fazendo com que possamos afirmar que a Gordofobia influencia no processo identitário de uma pessoa gorda. Isso pode ser vivenciado e internalizado de formas positivas e negativas a depender do sujeito e de suas relações com o mundo e consigo mesmo ao longo de sua história de vida. Essas relações dizem respeito à qualidade do olhar do sujeito para seu corpo e sua auto-imagem que podem ser influenciados de forma positiva quando o sujeito passa a conhecer movimentos sociais pelos quais ele pode se identificar, formando aglutinações maiores nesse sentido onde é possível a abertura de diálogos críticos sobre a opressão vivenciada e luta por direitos frente a ela.

Abstract: What motivated this research was the following question: How does the experience of fatphobia influence the identity processes? Through exploratory and descriptive methods, and with the intention of exploring real life situations whose limits are not clearly defined, the research, of a qualitative nature, aimed to investigate how the process of identity construction of a fat individual took place along of its trajectory. For this, the interview instrument based on the life history method was used due to the way this method allows the opening of new interpretations and elaborations of the individual's experiences culminating in a content analysis. Through the analysis, it is possible to affirm fatphobia as a structural and institutionalized oppression, making it possible to affirm that fatphobia influences the identity process of a fat person. This can be experienced and internalized in positive and negative ways depending on the person and it relationship with the world and with itself throughout the life history. These relationships are related to the quality of the person's look at its body and self-image that can be positively influenced when the person comes to know social movements by which it can identify with, forming greater agglutinations, where it is possible to open critical dialogues about the oppression experienced and the struggle for rights in the face of it.