Corponormatividade no Ensino Médio : análise da gordofobia no material didático do estado de São Paulo

Abstract

Resumo: Essa dissertação se enquadra na linha de pesquisa "Inclusão e Diversidade Sociocultural" do Mestrado Profissional em Educação da Universidade de Taubaté, tendo como objetivo analisar questões que envolvem a corponormatividade e a gordofobia no ambiente escolar. A literatura na área de educação, gênero e sociologia do corpo vem mostrando que pessoas gordas são constantemente questionadas acerca da sua saúde pela sociedade, já que os padrões de consumo e beleza impostos pela cultura dominante orientam os hábitos de vida das pessoas e os corpos que elas deveriam ter. A existência de corpos magros é direcionada à saúde e à beleza na sociedade ocidental. Devido a isso, quando estamos dentro do ambiente escolar, aquele entendido como diferente pode ser excluído, comprometendo o desenvolvimento escolar e psíquico das crianças e jovens. Quando falamos sobre pessoas gordas, a marginalização que elas sofrem está tanto na estrutura escolar, quanto na exclusão social ocorrida em outros espaços, uma vez que por conta da estigmatização dos seus corpos, esses estudantes podem não ter a mesma vida social dos estudantes magros. Por isso, analisamos como 8 dissertações e 1 artigo acadêmico recentes abordam essa relação do corpo no ambiente escolar e como ela é ou não abordada na disciplina de Sociologia do Ensino Médio com base nos materiais didáticos disponibilizados pelo estado de São Paulo, após a implementação da BNCC no Novo Ensino Médio. Com este trabalho identificamos como os conteúdos trabalhados nos materiais ofertados pelo estado podem ser fundamentais para as discussões acerca dos preconceitos gerados pelos corpos fora do padrão na sociedade ocidental. Identificamos que principalmente dentro da disciplina de Sociologia, a gordofobia não é abordada e nem aparece diretamente nos materiais que analisamos, porém, vimos que o universo acadêmico vem abordando mais essa temática. Na análise verificamos que outras disciplinas problematizam os padrões corporais e de saúde de maneira menos gordofóbica, o que se mostrou bastante relevante.

Abstract: This dissertation is part of the Research Line "Inclusion and Sociocultural Diversity" of the Professional Master's Degree in Education at the University of Taubaté, with the objective of analyzing issues that involve corponormativity and fatphobia in the school space. The literature in education, gender and sociology of the body has shown that fat people are constantly questioned about their health by society, since consumption and beauty standards by the dominant culture guide people's life habits and the bodies they should have. The existence of thin bodies is directed towards health and beauty in Western Society. Because of this, when we are within the school environment, those understood as different can be excluded, compromising the school and psychological development of children and young people. When we talk about fat people, the marginalization they suffer is both in the school structure and in the social exclusion that occurs in other spaces, since due to the stigmatization of their bodies, these students may not have the same social life as thin students. Therefore, we analyze how 8 dissertations and 1 recent academic article address this relationship of the body in the school environment and how it is or is not addressed in the Sociology discipline of Secondary Education based on the didactic materials made available by the state of São Paulo, after the implementation of the BNCC in New High School. With this work we identify how the contents worked in the materials offered by the state can be fundamental for the discussions about the prejudices generated by non-standard bodies in western society. We identified that, mainly within the discipline of Sociology, fatphobia is not addressed and does not appear directly in the materials we analyzed, however, we saw that the academic universe has been approaching this theme more. In the analysis, we found that other disciplines problematize body and health standards in a less fat-phobic way, which proved to be quite relevant.