Estudo da correlação educação, desemprego e pobreza com a criminalidade

Abstract

Resumo: A criminalidade é uma questão que assola não somente o Brasil, mas o mundo e é descrita como problema extremante preocupante para a sociedade em geral. No Brasil, o Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, registrou em 2017, a maior taxa de homicídios, isto é, 31,6 homicídios por 100 mil habitantes, correspondendo a 65.602 homicídios. Já em 2021, com os dados coletados, 2019 apresentou 21,7 mortes por 100 mil habitantes, uma queda de 22,1% em relação ao ano de 2018. Entretanto, as mortes violentas por causa indeterminada cresceram 35,2%, registrando um total de 16.648 óbitos. O crescente número de criminalidade nesse período está relacionado principalmente aos problemas econômicos os quais o Brasil enfrentou posteriormente à crise econômica mundial iniciada em 2008. O trabalho objetivou analisar a criminalidade e sua relação com os seguintes aspectos: educação, desemprego e pobreza, tendo em vista que são fatores condicionantes que afetam as escolhas do indivíduo. Para elaboração deste trabalho realizou-se pesquisa bibliográfica exploratória sobre a relação entre a criminalidade e a economia do país, uma tese que a grande mídia junto aos sociólogos, intelectuais e especialistas adotam fortemente para justificar o ato criminoso. Dentre os fatores levados em consideração para o crescimento da criminalidade no Brasil, estão as condições econômicas e sociais do país, uma vez que, afetam diretamente a vida da população brasileira, que no geral, podem ser consideradas ainda precárias, o que valida a hipótese sobre a desigualdade social como um dos fatores que agravam quadros de criminalidade. Ao avaliar o processo de desaceleração econômica no Brasil no período recente e seus efeitos sobre a desigualdade social e identificar sua relação com o aumento da criminalidade, verificou-se que a educação apresenta relação negativa com a criminalidade, pelo fato de desempenhar um importante papel, juntamente com a família e o Estado, que é o de minimizar o ingresso dos jovens ao mundo do crime. Além disso, a educação permite a formação de cidadãos mais desenvolvidos, com noções de moral, civilidade e respeito às Leis, aumentando a aversão ao risco do crime. A relação da criminalidade com o desemprego é justificada porque, quanto maior a taxa de desemprego, maior a taxa de criminalidade, independentemente de qual grupo da população, jovens ou adultos, com ensino fundamental ou médio incompleto, é afetado pela piora do mercado de trabalho. Consequentemente, quanto menor a probabilidade de o indivíduo conseguir um emprego no mercado de trabalhoformal, maiores são os incentivos à entrada e permanência no crime. E por fim, o fator pobreza possui uma relação próxima com a criminalidade, pois considera-se que as privações econômicas criam tensões e também uma desorganização social, induzindo às práticas criminosas, ou seja, tem-se a seguinte afirmativa: falta de recursos econômicos eleva a ocorrência crimes. Portanto, concluiu-se que a análise dos fatores: educação, desemprego e pobreza refletem numa privação para atender as necessidades básicas da população, que com a ausência de oportunidades e sem recursos essenciais para a sobrevivência se apresenta como efeito positivo para a criminalidade.

Abstract: Criminality is an issue that affect not only Brazil, but also the world, and is described as an extremely worrying problem for society in general. In Brazil, the Atlas of Violence, by the Institute for Applied Economic Research, recorded the highest homicide rate in 2017, 31,6 homicides per 100.000 inhabitants, corresponding to 65.602 homicides, In 2021, with the data collected, 2019 showed 21.7 deaths per 100.000 inhabitants, a drop of 22,1% compared to 2008. However, violent deaths from 0undetermined causes increased by 35,2% with a total of 16.648 deaths. The growing number of crimes in this period is mainly related to the economic crisis that began in 2008. The aim of this study was to analyze crime and its relationship with the following aspects: education, unemployment and poverty, given that these are conditioning factors that affect individual choices. In order to prepare this work, exploratory bibliographical research was carried out on the relationship between crime and the country 's economy, along with sociologists, intellectuals and specialists, strongly adopt to justify criminal acts. Among the factors taken into consideration for the growth of crime in Brazil are the country 's economic and social conditions, since they directly affect the lives of the Brazilian population, which in general can still be considered precarious, which validates the hypothesis that social inequality is one of the factors that aggravate crime. When evaluating the process of economic deceleration in Brazil in the recent period and its effects on social inequality and identifying its relationship with the increase in crime, it was found that educations has a negative relationship with crime, due to the fact that it plays an important role, together with the family and the State, which is to minimize the entry of young people into the world of crime. In addition, education enables the formation of more developed citizens, with notions of morality, civility and respect for the Law, increasing the aversion to the risk of crime. The relationship between crime and unemployment is justified because the higher the unemployment rate, the higher the crime rate, regardless of which group of population, young people or adults, with incomplete primary or secondary education, is affected by the worsening labor market. Consequently, the lower the probability of an individual getting a job in the formal labor market, the greater the incentives to enter and remain in crime. And finally, the poverty factor has a close relationship with crime, as it is considered that economic deprivation creates tensions and also social disorganizations, inducing criminal practices, in other words, there is the following statement: lack of economic resources increases the occurrence of crimes. Therefore, it was concluded that the analysis of the factors: education, unemployment and poverty reflect a deprivation to meet the basic needs of the population, which with the absence of opportunities and without essential resources for survival presents itself as a positive effect for crime.